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Filhos são uma benção!



Muitos casais não se realizam dentro do matrimônio, por buscar a felicidade – porque no fundo é isso que todos buscamos – onde ela não está, e quando dão demasiada importância a coisas que não são prioridades, e por isso muitas vezes se frustram na caminhada. Infelizmente, quantos de nós pouca ou nenhuma formação tivemos antes de nosso matrimônio, este que constitui uma linda vocação e que precisa de preparo para vivê-lo bem diante de Deus.

Para formar um padre leva-se anos, para formar um casal, leva-se dois, três encontros? Muitos casais erram, deixam de ter a plenitude da felicidade, por simples desconhecimento do que Deus propôs a eles.
É possível excluir de nossas vidas algo que é natural, que é um grande bem, que traz felicidade, porque fomos ensinados, que é mal, aquilo que na realidade é um bem? Sim, digo que sim. Tudo porque temos tido professores ruins: o mundo, a TV, as revistas, os maus livros e ainda as pessoas mal formadas. São tantas fontes falsas, com tamanho poder de persuasão, que soa aos nossos ouvidos, como se falassem a verdade. O que acontece é que aquele velho ditado: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, continua valendo, sobretudo, em relação ao matrimônio.
Toda pessoa que se casa, deve pelo menos ter ouvido que a fidelidade, a indissolubilidade e os filhos fazem parte, ou, são os bens que envolvem este sacramento. Sim, são bens e eles devem ser aceitos pelos cônjuges para que seja lícito este casamento. Portanto, diante de Deus, prometeram ser fieis em todas as circunstâncias, que seriam fieis até o fim - (e não “eterno enquanto dure” - frase infeliz esta...) -, e que precisam aceitar os filhos que o Senhor mandar. Perfeito! Acontece que muitos ou se esquecem deste juramento, ou acham que a responsabilidade é grande demais. Mas pergunto eu: que bem neste mundo não envolve responsabilidade e obrigações? Você já viu alguém rejeitar uma casa, pelo fato de que tem que pagar o IPTU, água, luz, mantê-la limpa e conservada?
Pois então, é um bem que todos queremos e lutamos para ter, mesmo com as obrigações. Então porque se foge dos três bens do matrimônio quando se pensa nas obrigações que eles implicam, se são exatamente eles que trarão a felicidade e a boa convivência, que tanto desejamos enquanto namorávamos e noivávamos?
Nascemos para a amar e ser correspondidos no amor. Temos esta vida para aprendermos a amar a Deus e aos homens. Somente seremos plenamente felizes se tudo fizermos para termos estes bens e se preciso for sofrermos para consegui-los. Se fizermos uma análise dentro de nós, descobriremos que é isto que buscamos, uma família unida, amorosa, fiel, com esposos que crescem a cada dia no respeito, na confiança, na entrega de si mesmo, no caráter e na dignidade. Sermos capazes de amar e servir é tudo que nos fará felizes, e sendo felizes, faremos os outros felizes, e como famílias felizes e ajustadas no amor, teremos filhos felizes e uma sociedade feliz. Utopia? Não! desejo de Deus para nós, quando nos derrama as graças sacramentais, pois são elas que nos dão forças e sabedoria para buscar este amor e esta família tal a família de Nazaré. “A graça deste sacramento destina-se a aperfeiçoar o amor dos cônjuges e a fortalecer a sua unidade indissolúvel” (Lg 11).
O que os casais devem reaprender hoje é que precisam desejar a fidelidade, tanto entre eles como para com os filhos. E os pais precisam viver assim e ensinar aos filhos para que uma nova geração possa nascer.
Muitos não querem mais filhos para não privarem o que já tem de coisas consideradas boas para ele, sendo que uma família com mais filhos, se for regida no amor, na partilha, no respeito, só tende a ser uma família maravilhosa, onde ninguém é peso para ninguém, muito pelo contrário, a união gerada entre os membros, diminui a carga de todos.
O Papa João Paulo em sua homilia de 7 de outubro de 1979 disse: “É sem dúvida menos grave negar aos filhos determinadas vantagens materiais e comodidades do que privá-los da presença dos irmãos, que poderiam ajudá-los a crescer em humanidade e a compreender a beleza da vida em todas as suas idades e em toda a sua variedade”.
Vocês já ouviram dizer que quando Deus manda um bebê, manda um cheque junto com ele? Pois é fato que sempre conseguiremos cuidar de nossos filhos dignamente, se de fato, acreditamos que Deus cuida de nós e não nos desampara nunca! E Ele não desampara!
O padre Cormac Burke, em seu livro “Amor e Casamento”, nos conta que em suas viagens sempre ouve coisas interessantes. Um dia ouviu de um queniano, quando este soube que no ocidente a porcentagem de filhos é de 1,2 por família: “Os casais do ocidente devem ser muito pobres, se não tem condições de criar mais de 2 filhos...”. O Padre diz que conhece uma família africana com 18 filhos e nenhum carro, e uma americana com 18 carros e nenhum filho. Ele diz não ter dúvida que a família africana é somente 18 vezes mais feliz que a americana.
Infelizmente estamos sendo enganados pela mentalidade do ter, do prazer egoísta, da vaidade, e em consequência está se criando uma geração de pessoas solitárias, vazias, que não veem sentido na vida, simplesmente pelo fato de que não aprenderam a dividir, a se relacionar, e em ultimo caso, a amar.
Nasceu em nossa sociedade uma “mentalidade contraceptiva”, onde passamos a acreditar que temos que ter poucos filhos, que a vida está difícil, que não temos tempos para a família. Participamos de uma concorrência cruel, competição em todos os campos. Somos muitos individualistas e se formos honestos suficientes, muitos não querer doar-se, gastar a vida para gerar outros. Esta ideologia social de pseudoliberdade leva o indivíduo a agir sobretudo segundo os seus próprios prazeres, os seus interesses e a sua utilidade. O compromisso assumido em relação ao cônjuge adquire uma conotação de simples contrato que pode ser revisto de modo indefinido; a palavra dada só tem um valor limitado no tempo; não se responde pelos atos pessoais.
O que não se percebeu ainda é que estão se privando de um bem magnífico quando fala em limitar o número de filhos. É certo que existe casais que por razões de saúde, econômicas, precisam recorrer a um planejamento natural e muitas vezes o fazem com pesar. O que acontece, é que muitos se privam deste bem, achando que estão fazendo bem a si mesmos.
Desde quando bens materiais trazem felicidade? Eles definitivamente não mantêm um casal unido, os filhos sim, se forem gerados no amor e para o amor. Quando os temos, nos unimos por eles, trabalhamos para eles, queremos que façam parte das conversas e resoluções conosco. Ao envelhecermos não estaremos sós, pois nossos filhos nos ajudarão, serão nossas alegrias e nos darão, com certeza, o maravilhoso sentimento do dever cumprido.
Não precisamos de autoafirmação, precisamos de autoperpetuação, para isso Deus nos criou. Queiramos os filhos que Ele quer que tenhamos, para sermos de fato, felizes nesta vida e na outra. Existe um único mandamento de Deus que vem acompanhado de uma promessa de bênção, para aqueles que o cumprem, - este foi feito aos filhos. Honrar os pais significa, portanto amá-los e obedecer-lhes como é devido, provendo ao seu cuidado todo tipo de ajudas espirituais e materiais, quando a idade e situação assim o requeiram.
“Visto que os pais deram a vida aos filhos, têm a gravíssima obrigação de educar a prole, e, portanto, há que reconhecê-los como os primeiros e principais educadores dos seus filhos. Este dever da educação familiar é de tanta transcendência, que, quando falta, dificilmente pode suprido. É, pois, dever dos pais criar um ambiente de família animado pelo amor, pela piedade para com Deus e para com os homens, que favoreça a educação íntegra, pessoal e social dos filhos ( .. ). Na família cristã, enriquecida com a graça e os deveres do sacramento do matrimônio, importa que os filhos aprendam desde os primeiros anos a conhecer e adorar a Deus e a amar ao próximo segundo a fé recebida no Batismo (...). Por meio da família, enfim, introduzem-se (os filhos) na sociedade civil e no Povo de Deus. Considerem, pois, os pais a importância que tem a família verdadeiramente cristã para a vida e o progresso do mesmo povo de Deus.” (Gravissimum educationis, n. 3).
A família recebe, portanto, imediatamente do Criador a missão e, por isto mesmo, o direito de educar a prole; direito ao qual não pode renunciar por estar inseparavelmente unido a uma gravíssima obrigação; direito que é anterior a qualquer outro direito da sociedade e do Estado e que, por isso mesmo, não pode ser violado por nenhum poder terreno.
“O Doutor Angélico expressa assim a inviolabilidade deste direito: ‘O filho é naturalmente algo do pai (...); por isso, é de direito natural que o filho, antes do uso da razão, esteja sob o cuidado do pai. Seria, portanto, contrário à justiça natural que a criança, antes do uso da razão, fosse subtraída ao cuidado dos pais, ou se dispusesse dela, de qualquer maneira, contra a vontade dos pais’.” (Suma Teológica, lI-lI, q.lO, a.12).
E como a obrigação dos pais continua até que a prole esteja em condições de se prover a si mesma, perdura também o mesmo inviolável direito educativo. “Porque a natureza - ensina o Angélico não pretende somente a geração da prole, mas também o seu desenvolvimento e progresso até ao perfeito estado do homem enquanto homem, isto é, o estado de virtude.” (Suma Teológica, UI, Suplemento, q.41, a.1)>> (Divini illius Magistri, nn. 16-17).
Os pais não devem mandar despoticamente, nem os filhos obedecer quando o mandato seja contrário à lei moral. Os pais, portanto, não podem exigir mais do que o razoável. Assim o adverte o Apóstolo: “Não exaspereis os vossos filhos” (v. 4). A educação cristã há de basear-se, pois, na caridade, no carinho e no respeito delicado dos pais pela liberdade dos filhos. “Os pais são os principais educadores dos seus filhos, tanto no aspecto humano como no sobrenatural, e hão de sentir a responsabilidade dessa missão, que exige deles compreensão, prudência, saber ensinar e, sobretudo, saber amar; e que se preocupem por dar bom exemplo. A imposição autoritária e violenta não é caminho acertado para a educação. O ideal dos pais concretiza-se antes em tornarem-se amigos dos filhos: amigos a quem se confiam as inquietações, a quem se consulta nos problemas, de quem se espera uma ajuda eficaz e amável.” (Cristo que passa, n. 27)
Senhor, fazei-nos bons pais e bons filhos, para Tua glória e para nosso bem! Amém.

Fonte: Ana maria Bueno da Cunha
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