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Padre esclarece diretrizes para a ação evangelizadora


A evangelização é a grande missão da Igreja católica. No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos (CNBB) elabora, a cada quatro anos, um conjunto de diretrizes para a ação evangelizadora, a fim de dar subsídios para todos aqueles que se empenham nessa missão de disseminar a Palavra de Deus. 

Essas orientações não surgem por acaso. O subsecretário geral de Pastoral e responsável pela implementação das diretrizes, padre Francisco de Assis Wloch, informou que tais direcionamentos são oferecidos à Igreja pela CNBB a partir dos resultados de ações desenvolvidas e estudos feitos em uma Assembleia Geral. 

Para o padre, o primeiro passo para que a evangelização possa ter uma largo alcance é que ela seja conhecida, daí a importância das diretrizes. “Ninguém valoriza e ama aquilo que não conhece. Nesse primeiro ano de aplicação das diretrizes, elas estão sendo divulgadas. Muitos encontros foram realizados em todos os regionais da CNBB e em dioceses do Brasil para que elas fossem conhecidas e assimiladas”

Sobre o período de atualização, o responsável pela implementação das diretrizes informou que este corresponde ao período de vigência de uma presidência da CNBB. Sendo assim, as atuais diretrizes que foram estabelecidas em 2011 prevalecem até 2015. 

Desafios

Mesmo com direcionamentos, a missão de evangelizar ainda encontra barreiras a serem vencidas. Para padre Francisco, o próprio conceito que cada um tem de diretriz simboliza uma dificuldade. “O desafio da evangelização está também no conceito que se tem de evangelização. Hoje, na Igreja no Brasil, muitas instituições, pessoas e lugares procuram evangelizar, mas o desafio está no conceito que cada um tem de diretrizes”, explicou.

O padre destacou que, ao falar de diretrizes, gosta sempre de mencionar uma afirmação feita pelo Papa Paulo VI que, em 1975, apresentou a exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, sobre a evangelização no mundo contemporâneo. 

“Ele (Papa Paulo VI) diz que evangelizar é atingir e como que modificar pela força do Evangelho os critérios de julgamento, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio de salvação. Se evangelizar é atingir e modificar, esse é o grande desafio: mudar aquilo que não responde à Palavra de Deus e ao projeto de salvação”. 

Além desse processo de modificar o que foge do projeto de salvação divino, padre Francisco citou o próprio espaço geográfico como um obstáculo a ser vencido na missão evangelizadora. “O Brasil tem dimensões continentais. Como chegar à região mais longínqua da Amazônia, por exemplo?”. 

Ele lembrou ainda a dificuldade em compreender a missão e ação da Igreja hoje. “Havia um tempo na Igreja, antes do Concílio, que se definia a Igreja como uma sociedade hierarquicamente organizada. Os responsáveis pela evangelização eram a hierarquia da Igreja: o Papa, os bispos e o padre. Hoje se pensa que a Igreja é o povo de Deus; todos os batizados são co-responsáveis pela missão da Igreja”, destacou. 

Prioridades

Do atual conjunto de diretrizes para a ação evangelizadora, padre Francisco explicou que foram estabelecidas cinco urgências. Igreja em estado permanente de missão, Igreja: casa da iniciação cristã, Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral, Igreja: comunidade de comunidades e Igreja a serviço da vida plena para todos. “Essas urgências exigem muito da Igreja no Brasil”, disse o sacerdote.

Na tentativa de assimilar e colocar em prática as diretrizes, o padre explicou que o grupo de assessores da CNBB estabeleceu objetivos para cada urgência. A partir disso, o grupo definiu, junto com as comissões episcopais pastorais, os projetos de ação e atividades para o período. De acordo com o sacerdote, são mais de 250 projetos de ação que deverão ser colocados em prática nos próximos quatro anos, período de vigência das diretrizes

Resultados

Com um ano de implementação, padre Francisco diz que ainda é cedo para aferir os resultados das diretrizes. No entanto, ele contou que os primeiros retornos indicam uma assimilação e maior conhecimento dos objetivos da ação da Igreja. 

“Nós conseguimos, com o trabalho realizado, fazer com que os cristãos, os agentes de pastoral, as lideranças adquirissem as diretrizes, o que é um primeiro passo porque às vezes o texto das diretrizes nem chega a todas as paróquias e comunidades. Muitos regionais da CNBB elaboraram o seu plano de pastoral inspirados nas diretrizes e isso já é uma vitória nesse primeiro ano de ação pastoral e vigência das diretrizes”.

Em relação à formação das pessoas envolvidas na missão de evangelizar, padre Francisco disse que a Igreja no Brasil se organiza por meio de comissões. “Cada uma das comissões da CNBB procura fazer o seu trabalho, atingir essas instâncias”. 

Ele citou como exemplo os trabalhos das Comissões de Catequese, Liturgia e Doutrina da Fé. “A Comissão de Catequese procura orientar os catequistas do Brasil para que realizem a sua missão a partir da ótica apresentada pela CNBB. A Comissão de Liturgia procura fazer isso por meio das celebrações litúrgicas. A Comissão de Doutrina da Fé, através de estudos mais aprofundados a respeito da missão e da ação da Igreja”, concluiu. 

Fonte: Canção Nova
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