Caros irmãos (ãs),
Neste final de semana ocorreu a luta que foi intitulada pela mídia como " A luta do século". Em foco, a grande rivalidade entre o brasileiro Anderson Silva e o americano Chael Sonnen. Rivalidade esta gerada dentro e fora do octógono por conta das provocações e declarações que se sucederam ao longo do tempo que antecedeu a referida luta.
Expomos aqui nossa opinião acerca deste assunto, dentro dos critérios que nos regem como católicos e sem a pretensão de aqui encerrar o assunto ou denegrir outras opiniões ou a imagem dos profissionais envolvidos, uma vez que cada um é chamado à luz do Evangelho, analisar, acolher e dar passos rumo a mais correta decisão sobre qualquer assunto e/ou situação.
O que me chamou muita atenção em tudo isso foi as manifestações em relação a luta, de modo especial nas redes sociais. Algo que tomou uma proporção muito além daquilo que se refere a valores.
Antes poderíamos nos perguntar: Pode um cristão ser fã de MMA? A orientação acerca desta pergunta pode ser conferida no link a seguir: Pode um cristão ser fã do MMA?
Voltando ao assunto do momento neste final de semana. Amigos, acredito que nada deve nos tirar do foco de nossa vida cristã, de nosso chamado a sermos propagadores da paz, anunciadores do Reino de Deus e protagonistas da fraternidade.
Infelizmente, a luta que deveria acontecer no dia marcado e dentro do octógono, tomou uma proporção bem maior fora dele. Quantas pessoas se enfrentaram através de comentários nas redes sociais e sites, quantos postaram, compartilharam e curtiram mensagens de incentivo a violência desregrada, uma vez que esta não é a "proposta" do próprio MMA.
A cada notícia e a cada comentário, que estrategicamente eram publicados, em uma poderosa e massiva ação midiática, corações se enfureciam e ficavam cada vez mais ávidos em contemplar o "massacre" na luta.
Que valores alimentamos em nossos corações neste tempo que antecedia a luta? O que comentamos, postamos, falamos valeu a pena??
Houve exagero e desrespeito nas declarações e colocações dos lutadores, mas nada que justificasse nossa atitude contrária à nossa fé. Recordei-me da passagem que narra a revolta de Pedro ao ver Jesus ser preso e ao tomar a espada cortou a orelha do centurião. E Jesus diz: "Guarda a espada" (João 18,11)
Nossa sociedade já vive uma constante e desumana luta pela sobrevivência. Valores são obscurecidos frente as necessidades vitais e princípios são relativizados em vista de prazeres transitórios e de explosões de sentimentos e emoções.
Porque então nos permitirmos inflamar mais ainda este fogo? Por que olharmos para o outro que também é imagem e semelhança de Deus, ainda que não saiba, não conheça ou não queria assim se ver, mas é, e desejarmos o mal?
O que nos impossibilita de depois desejarmos isso ao nosso vizinho, aos nossos colegas de trabalho e até familiares que porventura venham a nos desagradar e ofender diretamente?
Bento XVI tão bem nos ensina que: "O Deus, que se fez cordeiro, diz-nos que o mundo se salva pelo Crucificado e não pelos crucificadores.O mundo é redimido pela paciência de Deus e destruído pela impaciência dos homens."
O que ficou depois que a luta acabou???
Prazer em ver alguém surrado, humilhado, machucado, escarnecido??
Não teria sido este o sentimento de todos aqueles que circundavam Jesus em sua Via Sacra?
A quem nos assemelhamos ao nutrir tais sentimentos em nossos corações?
São respostas que devem ser urgentemente formuladas, acolhidas e postas em prática em nossa vida.
Deus os abençoe e "Fica o aviso aqui: quem zela pelo outro preserva seu maior bem." (trecho da música Vendetta, Vendetta do álbum o Agora e O Eterno do Rosa de Saron)
Fabiano, Marta e Tobias
