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Aprofundando o Evangelho com Santo Agostinho


Caros irmãos (ãs),

O Evangelho deste Domingo (04.09.11) nos fala sobre a correção fraterna. Aprofundemos com o Sermão de Santo Agostinho.
Deus os abençoe!

Fabiano, Marta e Tobias

“Acaso és justo tu, porque ele cala?”

Há algo realmente grave. Os homens desprezam de tal modo à medicina do perdão, que, não só não perdoam quando lhes ofendem, mas tampouco querem pedi-lo quando pecam. Penetrou a tentação e se apoderou a ira deles. De tal maneira lhes dominou o desejo de vingança, que, não só se apoderou de seu coração, mas que, até a língua vomitou ultrajes e crimes...

Não vês até aonde te arrastou, aonde te precipitou? Adverte-o e corrige-te. Confessa: «Fiz mal»; confessa: «Pequei». Se confessas teu pecado, não morrerás; e sim, se não o confessas. Crê em Deus, não em mim. Quem sou eu? Sou um homem, irmão vosso, sou um enfermo e suporto a carne: todos nós devemos crer em Deus...

O próprio Cristo diz: Se peca teu irmão, corrige-o a sós. Se não te escuta, leva contigo outros dois ou três. Na boca de duas ou três testemunhas aparece a verdade de toda palavra. Se, tampouco, ouve a eles, avisa à comunidade. E, se, tampouco, escuta à comunidade, seja para ti como um pagão e um publicano (Mt 18,15-17). O pagão é um gentil; e o gentil é aquele que não crê em Cristo. Se não escuta a comunidade, dá-lo por morto.

Porém, ei-lo aqui que vive, que entra na Igreja, que faz o sinal da cruz, que se ajoelha, que ora e se acerca ao altar. Apesar de tudo isso, o tenho por pagão e publicano. Não faças caso desses falsos sinais de vida. Está morto. De que vive, como vive se despreza esta medicina? Se eu dissesse a alguém diante de vós: «Tu fizeste isso», me responderá em seguida: «Por que fazes assim? Devias fazer isto em segredo; podias haver indicado a sós que fazia mal, podia ter visto meu pecado só eu. Por que me chamas em público?». «Eu o fiz e não te corrigiste; eu o fiz e segues fazendo o mal; o fiz e segues crendo no interior de tua consciência que fazias o bem». Acaso és tu justo porque ele cala? Acaso não fez nada mal, porque ele não julga no momento presente? Segues sem tremer ante aquelas palavras: te arguirei? Não temes aquelas outras: te porei ante teus próprios olhos?

«O juízo está distante», disse. Quem te tem dito que o está? Acaso porque está distante o dia do juízo está distante, também, teu próprio juízo? Como sabes quando há de chegar? Não se puseram muitos a dormir e não se levantaram jamais? Não levamos em nossa própria carne a própria morte? O vidro, ainda frágil, dura muito tempo se o tratamos com cuidado; e dessa maneira encontras taças de avós e bisavós, nas quais ainda bebem netos e bisnetos. Tão grande fragilidade, cuidada, tem chegado a ser antiga. Nós, pelo contrário, somos homens e estamos expostos a inumeráveis perigos cotidianos.

Se ainda não nos sobreveio a morte repentina, o certo é que não podemos viver por longo tempo. A vida humana em sua totalidade é breve: desde a infância até a velhice. Ainda que Adão vivesse hoje ainda, e devesse morrer hoje, que haveria ganhado por ter vivido tanto?

A tudo isto deve acrescentar que o dia mesmo de hoje, ainda que movimentado por natureza, é incerto se nos assalta uma espécie de enfermidade radical. Diariamente morrem homens. Os vivos os levam para enterrar, celebram seus funerais e prometem a si mesmo uma longa vida.
                          
Ninguém disse: «Eu me corrigirei, não seja que amanhã esteja eu como este que temos acompanhado ao cemitério». A vós agradam as palavras, porém eu busco atos. Não me entristeça com vossos costumes perversos, eu que, meu deleite na vida presente não é outro que vossa digna vida.
Sermón 17,6-7

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